Um pouquinho de conto de fadas não machuca

Quando eu era pequena, costumava acreditar em príncipes encantados. Eu cresci assistindo aos desenhos da Disney, então acho que esse deve ser o motivo. Pra mim, as histórias de amor eram simples: de um jeito ou de outro, a princesa sempre acabava encontrando aquele homem perfeito, e um único beijo entre eles significava amor eterno.

Mas aí eu cresci mais um pouquinho e a Barbie me mostrou que o mundo real não é como um conto de fadas. Afinal, seu namorado Ken não era dos mais fiéis. Nas brincadeiras, ele ficava com todas as bonecas e sempre bancava o namorado gente boa. Assim, eu descobri que às vezes nós temos que conhecer muitos caras canalhas na vida, antes de finalmente encontrar aquele Mr. Right.

Anos depois, Hollywood renovou minhas esperanças de finais felizes. As comédias românticas me mostraram que pode existir, sim, esse lanche de alma gêmea. Mas além disso, o destino pode unir esses dois pombinhos quando bem entender, das formas mais inesperadas possíveis.

Então minha cabeça deu um nó. Em quem acreditar? Será que existe mesmo essa alma gêmea, esse príncipe encantado perfeito que vai te levar no caminho (sem volta) do "felizes para sempre"? Ou será que os caras são todos iguais, verdadeiros canalhas?

Eu já não acredito em nada disso. Aliás, eu prefiro que não seja assim. Como seria chata uma vida com esse homem completamente perfeito em todos os sentidos!

Eu quero acordar uma manhã e de repente duvidar dos meus sentimentos, porque só assim eu vou poder enxergar os verdadeiros motivos por estarmos juntos.

Eu quero brigar e ficar um tempo longe, porque aí nós dois vamos relembrar a importância de termos um ao outro.

Eu quero perceber e me irritar com os defeitos do meu amado, porque assim vou valorizá-lo por suas qualidades.

Eu quero cometer erros e fazer as pazes, porque é nesse momento que você ganha o melhor abraço de todos.

Eu quero viver um dia de cada vez, sem ter certeza absoluta do que vem pela frente.

A life without emotion, isn't a life at all.